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Monday, May 9, 2011

Vovó zumbi





            Era hora de dormir. Eu e meus irmãos tivemos um dia muuuuuito agitado. Primeiro, vovó levou a gente no parque de diversões. Depois, no cinema. Assistimos Um dia com a vovó zumbi. Por mais que o titulo fosse aaaaaaaassustador, o filme era de aventura.

               - Meus amores, já está na hora de dormir.
            - Vovó, a gente vai embora amanhã... não queria... foi legal passar as férias aqui – disse meu irmão do meio, com aquela vozinha de sempre.
               - Eu também – os olhos da minha irmãzinha se encheram de lágrimas.

               Revirei os olhos.

               - Vovó, antes de dormir, eu posso comer aquele bolo de nozes que cê fez hoje de manhã?

               Ela fez uma cara pensativa. Segundos depois, falou com aquela calmaria de sempre:

              - Hmmm não, não pode. Você acabou de escovar os dentes.
              - Mas...
              - Na na ni na não.
              - Vovó, quero água – disse meu irmão do meio.
              - E eu tô com sede – falou minha irmãzinha.
              - Venham. Eu levo vocês.

              E eles foram. Só eu fiquei no quarto.
              Dez minutos depois.
              E a casa estava um puro silêncio. Senti uma intensa vontade de descer na cozinha e ver o que os três estavam fazendo. Era sempre assim: vovó realizava os desejos daquelas malinhas e eu sempre ficava de fora.
            Fui pra cozinha, quietinho da silva. Eu queria pegar eles de surpresa. Um passo. Dois passos. Três... e na porta da cozinha estava minha irmãzinha de cócoras e cabeça baixa. Eu cutuquei ela e nenhuma resposta. Peguei ela pelos cabelos e enoooooooooooooorme foi o meu susto, eu vi ela sem os olhos e a sua língua caiu nos meus pés.
             Dei um pulo pra trás. Eu queria chorar, mas não conseguia. Virei pra cozinha e meu irmão estava diante da pia comendo o bolo de nozes, mas atrás dele estava a vovó, com uns dentes-monstros, super afiados, pronto pra abocanhar a cabeça  dele.


Fliperama da besta



       
        – Eu vou vencer, custe o que custar! 
                   – Duvido!
                   – Ah, vamos parar, Dan. Vamos pra casa. Já tá tarde.
                   – Ainda tá cedo, meu!
                   – Ah, eu vou embora. Então fica ai jogando sozinho.
               
               Dan nem ao menos olhou pra trás enquanto eu me afastava. Eu já estava cansado de tudo isso. "Só crianças brincam em fliperama" – eu pensava, revoltado pelo meu melhor amigo ter me trocado por esse lugar idiota.
             E por incrível, esse lugar não estava cheio como de costume, pra falar a verdade, dando uma passada de olhar por ali, percebi que só tínhamos eu e o Dan! Cadê aqueles funcionários chatos de galocha? E...
                A porta dupla se fechou atrás de mim, violentamente. A luz começou a oscilar. As máquinas de fliperama passaram a ter vida própria! Ai, meu Deus, o que tá acontecendo?
                  Estava tão desesperado em sair dali, que só um tempinho depois percebi o sumiço do Dan.

                  – DAN! CADÊ VOCÊ...? EU QUERO A MINHA MÃÃÃÃÃÃE!
                  – Tô... a...qui – ouvi a voz de Dan atrás de mim.

                  Virei tão rápido quanto pude.

                  – Dan... é tu, cara?????
                  – Fique calmo. Não vai doer nada.