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Friday, December 24, 2010

O Infernal urso de pelúcia



     No mundo dos brinquedos, o mundo era assim: perfeito, perfeito, perfeito, per... Tem tudo o que uma criança deseja. Era o meu aniversário e nada mais justo que meus pais me levarem até lá.
     Como sempre faço ao acordar, repito toda aquela rotina chata. Desci à cozinha, ainda de pijama e sem lavar o rosto. Ao dizer um oi sonolento da porta, somente meus pais responderam, mas a besta do meu irmão mais velho começou a me caçoar pelo simples fato de não ter lavado o rosto. Que mané.
     Papai se ergueu da mesa como quem não quer nada e me pegou pelo braço e me conduziu até à mesa. Ele se sentou novamente e os olhares de todos ali despencavam em mim. Meu pai me estendeu um... digamos, um presente que acho fofo demais pra mim.

     - Ixi! Você não tem mais idade pra receber um presente assim - zombou meu irmão. Como resposta fiz uma carranca pra ele.
  
     Um urso de pelúcia. Então peguei ele das mãos do papai. Afaguei o pobrezinho nos meus braços. E feito relâmpago subi pro meu quarto sem sequer ter tomado um gole de leite que minha mãe tinha colocado no meu copo favorito, o da Minnie.
      Com toda delicadeza do mundo, coloquei ele na cama. A partir de agora iria se chamar... Hmmm... Jack! Era o enfeite ideal, apesar de eu ter muitas bonecas, mas um ursinho não. Fiquei minutos observando o pobrezinho. Os meus cotovelos permaneciam firmes no colchão. Sentia umas fisgadas no joelhos, mas a vontade era tanta de ficar vendo o meu mais novo companheiro.
      E, de repente, vi os olhos do meu Jack ficarem vermelhos!
      Imaginei ser o Chuck, o boneco assassino. Confesso que já assisti a um filme dele com meu irmão, e me deu muito medo na hora. Muito medo...
       Cai pra trás, assustada. E assustadoramente Jack ficou de pé. Abriu a boca de pano e exibiu dentes afiadíssimos. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai!

O Monstro da banca de jornal


     Gabriel não pôde deixar de lançar um sorriso por sobre os ombros ao me ver mais uma vez ali, parada, com mais um exemplar do Super Teen!. Confesso que sou fanática por essa revista de moda. Não que eu seja vidrada em moda, mas é um costume que trago no sangue.
     Os minutos se arrastavam e o jornaleiro tinha os olhos cravados em mim, e de repente o vi empalidecer. Eu, com as mãos estendidas para entregar-lhe o dinheiro, mas não me incomodaria se ele não quisesse recebê-lo. Num átimo, seus olhos revelaram algo que eu não sabia.
      Gabriel ignorou os meus protestos de ser logo atendida e, apenas, continuou encarando-me. Os olhos que por um instante queimaram-me como gelo. Nunquinha em toda a minha existência em bancas de jornais, vi um um jornaleiro ficar desse jeito.
      Depois de um breve momento, minha atitude foi de largar o dinheiro no balcão - infelizmente já estava contado, sem direito a troco. Voltei-me a Gabriel, dizendo, um tanto desnorteada:

     - O que foi, senhor Gabriel? - não nego que experimentei uma irritação subindo à cabeça. Eu nunca aceitei o fato de ser ignorada por alguém.
      - Vamos ler um pouco? - por fim ele falou. Sua voz era um tanto cavernosa.
      - Hã? - eu fui me afastando dele em direção à calçada.

       Inesperado, uma  língua absurdamente enorme revelou-se da boca do jornaleiro!
       Agarrou meus pés, colocando-me de cabeça para baixo. O sangue começou a subir para minha cabeça. As mãos dele foram tomando uma forma esquisita. Assemelhavam-se a de uma lagartixa.
       Estranhamente o corpo do Gabriel...
       Que horror. Eu quero a minha mãe!
       Tudo aconteceu demasiadamente rápido. Agora, eu estava dentro de um novo corpo. A visão e o ar, aos poucos, eram-me tomados.

O Passageiro Fantasma



     O ônibus fazia seu percurso enquanto a música do Pearl Jam rolava no meu mp4. Os raios solares entravam sem piedade, mas não dei muito a mínima para o ar abafado impregnado ali. Aquela viagem longa parecia ser a mesma de tantas outras, contudo, no momento em que aquele sujeito adentrou o ônibus e sentou do meu lado... à primeira vista, não ocorreu nada.
     Ele estava vestido como um sujeito normal. Um detalhe me chamou a atenção. É a mochila que este trazia no seu colo. Conforme o sol batia nela, esta, por sua vez, transmitia uma cor fantasmagoricamente alaranjada. Ele deve ter percebido que eu não parava de olhar para a mochila e para me intimidar tratou de apertar uma mão contra a outra, olhando tranquilamente para o chão. Até então, esses gestos não são nada ameaçador.
      Conforme os passageiros iam descendo... no fim das contas, sobrou apenas nós dois, conquanto o motorista e o cobrador conversavam sobre alguma coisa, por causa da música eu não pude distinguir qual o assunto, e também eu estava sentado no último banco.
      Não sei por que motivo levou meu coração a uma aceleração súbita. Finalmente, o próximo ponto era o meu. Quando eu me preparava para levantar, o sujeito agarrou o meu pulso, impedindo-me de sair dali. Porém, isso não foi nada comparado ao que ele faria nos minutos seguintes.
      Eita! O sujeito principiou a girar a cabeça três vezes, fazendo lembrar a Regan, em O Exorcista. Em meio ao terror, meu olhos captaram nos bancos da frente um grupo de crianças... E começaram a me atacar! Gritei pelo motorista e cobrador e eles não me ouviam... Aaaaaaaaaaaaaaaai!... Sentia os dentes das crianças cravados em minha pele...

O Enigma do Chuveiro



     - É aqui que vamos ficar? - eu disse, meio desanimada.
     - É só por esta noite, gata - afirmou o idiota do meu namorado.

      Eric estacionou o carro próximo de uma árvore sinistramente colossal. Caminhamos alguns metros até toparmos com um portal velho. Uma batida foi a suficiente para que alguém nos atendesse. Eu esperava qualquer pessoa, menos uma velha corcunda. Convidou-nos para entrar. E por incrível, havia mais quatro casais no hall.
      Não sou do tipo que curte descrição, mas essa pousada tem um quê de horripilante, equipara-se à mansão da família Adams. Pegamos um quarto do último andar. Demorou alguns minutos para acomodar-nos no tal quarto.

     - Não acredito que é aqui que vamos dormir - eu resmunguei.
     - Ah, amor, só por hoje. Seria foda se a gente fizesse um sexo selvagem nessa caminha - Eric veio me beijando, mas me desvencilhei e me dirigi à janela, que por sinal tinha vista para os fundos... opa! o que são aquelas lápides lá embaixo? - perguntei-me, espantada, e agora percebi que suava pelas têmporas.
     - Vou tomar banho. Tô com o corpo grudando. Cê não vem, amor?
     - Eu vou primeiro.
     - Cê é quem sabe - ele deitou-se na cama, alongando o corpo, pois a viagem foi longa.

      Liguei o chuveiro e me impressionei pela água branquinha que caia diante de mim, uma vez que em pousadas velhas seria mais provável as caixas d'águas expulsarem águas de uma coloração amarronzada. Pois bem, eu tomava banho com o kit de banho que eu havia trazido na mala quando...

       - Meu... Deus... - foram as únicas palavras que consegui exprimir ao ver o Eric na minha frente, pois eu tinha certeza que tranquei a porta do banheiro.

       Era ele, só que se encontrava de um jeito... Ai! Eric tinha a mangueira do chuveiro cravada no olho direito, atravessando a nuca. O corpo dele descaiu, num baque surdo. Corri à porta, desesperadamente. Apertei a maçaneta. Fiz movimentos pesados nela. E nada de abrir. Martelei a porta com os pulsos.
       Socorro!
       Sobressalto.
       Escutei um barulho às minhas costas.
       Esse barulho era da mangueira se desenterrando da cabeça do Eric... E, sobrenaturalmente, ela serpenteou no ar. Veio com extrema violência na minha direção.

Friday, October 29, 2010

Aviso sinistro II

Pessoal, o livro O Enigma do Guarda-Roupa já chegou aos E.U.A e muito em breve à Itália!!! Aguardem para mais novidades!!! Segue o endereço do myspace do livro: http://www.myspace.com/553536633

Thursday, October 28, 2010

Tuesday, October 19, 2010



Os autores Sérgio Simka e Luana McCain e a Biblioteca Municipal
 Paul Harris convidam para o lançamento do livro


O Enigma do Guarda-Roupa


       Dia 23 de outubro de 2010 (sábado)
       Das 14h às 16h


 Biblioteca Municipal Paul Harris

 Av. Dr. Augusto de Toledo, 255
 São Caetano do Sul – SP
 Tels.: 4229-1214/4229-9332



 
 
 
                                                         
 
 
 
 
 
O Enigma do Guarda-Roupa é o primeiro volume da série Horror, composta por cinco títulos independentes, cujo objetivo é proporcionar calafrios de medo no leitor, mediante histórias arquitetadas no sobrenatural e nas profundezas da mente humana.
Com enredos simples, capítulos curtos e linguagem rápida, sem rodeios, os livros pretendem alcançar o público que não dispõe de tempo suficiente para leituras áridas, menos ainda o de fazer longos exercícios de imaginação.
            Pretendem, também, transformar o ato de ler em momentos inesquecíveis, de modo que estes despertem o interesse, a curiosidade e motive o leitor a encantar-se com o universo da leitura.  
            Em O Enigma do Guarda-Roupa, o sobrenatural comparece da primeira à última página.
A história é contada de forma nua, crua, sem requintes, por uma adolescente que terá sua vida completamente virada de cabeça para baixo quando sua família resolve mudar-se para um sinistro casarão.
Lá, depara-se com um antigo guarda-roupa que, conforme a última moradora, é mal-assombrado.
No início, atribui a história a boatos. Mas após uma sucessão de bizarros acontecimentos,  começa a perceber que há uma presença macabra à espreita.
Será que a adolescente conseguirá desvendar a tempo o enigma do guarda-roupa?



Sérgio Simka
É professor universitário e escritor. Coordenador do curso de Letras das Faculdades Integradas de Ribeirão Pires (FIRP) e coordenador do Grupo de Escritores da Universidade do Grande ABC (UniABC). Seu site: www.sergiosimka.com.


Luana McCain
Cursa Letras na UNIESP (antigo IESA), em Santo André-SP.


Seri
É jornalista e ilustrador. Trabalha no jornal Diário do Grande ABC, de Santo André-SP.

Páginas: 72
Edição:
Ano: 2010
Editora: Iglu
ISBN: 978-85-7494-131-8
Formato: 21,00 cm x 14,00 cm
Peso: 91g
Preço: 20,00

Friday, September 24, 2010

Aviso sinistro

Pessoal, o primeiro volume da série Horror está disponível nos sites das livrarias Cultura e Saraiva e pela editora Iglu!!! O livro está virando uma mania!!!!

Pasta de dente

          Eu e Vinicius fomos com a mãe dele ao supermercado, não que eu goste, é que fui obrigado. Puro tédio. Sara se afastou e foi ao corredor dos lacticínios ao passo que nós dois vagamos sem rumo. De repente, topamos com o corredor de higiene pessoal. Mas ali, havia algo de diferente... pastas de dentes! Adorava comê-las, ainda mais quando tinham o sabor de tutti-fruta e melancia.

          - Não tá pensando em fazer o que tô pensando, né? – disse Vinicius, após perceber que eu olhava para as pastas de dentes com um olhar diabólico.
          - É isso aí! Só vou dar umas experimentadinhas. Não tem nada demais. Fique de olho para ver se não vem ninguém – gesticulei.

          À medida que meu amigo avançava para a entrada do corredor a fim de procurar à mãe que sabe lá deus onde estava, finalmente peguei uma embalagem de creme dental e nela escrito estava: pasta dental, passaporte para o mundo infernal! Não podia ser! Por que estava escrito dessa forma?
          Uma cena simplesmente inacreditável estava por vir: deparei-me com uma mão escabrosa, como se viesse do esgoto, pôr-se para fora do amontoado de embalagens dentais! Ela agarrou a minha! Lutei para me desvencilhar dela... parece em vão...

          - O que foi? – ouvi o Vinicius me perguntar, postado do meu lado, confuso.

          E daí percebi que tudo estava normal. O amontoado de embalagens dentais estava inerte e tudo o mais. Levei um puta susto quando notei que em meus pulsos tinham uma marca de mão!

Esconde-esconde macabro

        - É a sua vez! – disse Mônica.

        - Por que eu tenho que bater? – manifestei insatisfação.

        - Ah, sei lá. Só sei que tá com você – retruca Jaime.

         - Vai logo – resmunga Jasmine.

         Carrancuda, dei-me por perdida e encostei os braços na parede.

         - Um, dois, três, quatro,... cinquenta!

         Fui à caça dos demais. Aquela noite, aquele cemitério, é obvio que tinham um quê de sinistro. Por sorte, comigo trazia uma lanterna, assim podia procurar os outros à vontade. Cada tumba investigada significava que... precisava caçá-los mais e mais. Não podia esconder que estava com medo. Ninguém merece brincar em um cemitério. Não fosse quase todo o grupo ter escolhido vir para cá... Os minutos pareciam infindáveis... Já estava cansada e iria desistir da brincadeira quando ouvi gemidos!
          Sentindo-me desnorteada, a primeira coisa que me veio à cabeça foi achar a saída. Mas antes mesmo de sequer dar um passo, a luz da minha lanterna topou com algo. Não pude distinguir muito bem, entretanto, depois de um tempinho, ouvi alguma coisa se arrastando para perto de mim. Lancei a luz da lanterna para todas as direções.
          Enfim firmei a luz. Na... na... na minha frente o corpo de Mônica jazia!... Em volta dela, havia uma muuuuuuulheeeeeeer devorando seu cérebro!

Monday, September 13, 2010

Última parada: lanchonete sinistra


           - Por que paramos? – ouvi o Bili perguntar, conhecido como roliço por devorar tudo que encontra pela frente.
            - Vamos fazer uma parada rápida – disse a professora, fazendo menção para que a gente descesse do ônibus.

           Todos nós nos amontoamos na calçada e em frente de uma lanchonete, por sinal, esquisita, e esperamos as coordenadas da prô. Não demorou mais que cinco minutos para que formássemos uma fila e entramos, meio eufóricos, meio medrosos pelo aspecto nada agradável do interior da lanchonete.

           - Vamos dar uma vasculhada? – ouvi o sem graça do Cássio perguntar para mais dois retardados.
            Eles fizeram que não com a cabeça. Então Cássio foi sozinho. Afastou-se de nós e seguiu, mais ou menos, para onde deveriam ser os fundos. Esgueirei-me para ver até onde tudo isso iria dar, enquanto os demais eram atendidos por um homem alto, musculoso, feio, barbudo e sinistro.
               Quando alcancei o Cássio, quão não foi o meu espanto, ele estava sem a cabeça. E, o pior de tudo, não havia sangue nem nele nem no chão. Trotei para junto dos demais e me deparei com o lugar vazio. E numa carreira saí da lanchonete e o ônibus também desaparecera. De repente, ao me dar conta, aquele homem sinistro estava atrás de mim, segurando um machado.

Wednesday, September 1, 2010

Série Horror (volume 1): O Enigma do Guarda-roupa de Luana McCain e Sérgio Simka

O Enigma do Guarda-Roupa é o primeiro volume da série Horror, composta por cinco títulos independentes, cujo objetivo é proporcionar calafrios de medo no leitor, mediante histórias arquitetadas no sobrenatural e nas profundezas da mente humana.
Com enredos simples, capítulos curtos e linguagem rápida, sem rodeios, os livros pretendem alcançar o público que não dispõe de tempo suficiente para leituras áridas, menos ainda o de fazer longos exercícios de imaginação.
Pretendem, também, transformar o ato de ler em momentos inesquecíveis, de modo que estes despertem o interesse, a curiosidade e motive o leitor a encantar-se com o universo da leitura.
Em O Enigma do Guarda-Roupa, o sobrenatural comparece da primeira à última página.
A história é contada de forma nua, crua, sem requintes, por uma adolescente que terá sua vida completamente virada de cabeça para baixo quando sua família resolve mudar-se para um sinistro casarão.
Lá, depara-se com um antigo guarda-roupa que, conforme a última moradora, é mal-assombrado.
No início, atribui a história a boatos. Mas após uma sucessão de bizarros acontecimentos, começa a perceber que há uma presença macabra à espreita.
Será que a adolescente conseguirá desvendar a tempo o enigma do guarda-roupa?